Carf: líder do governo no Congresso admite acordo para nova regra

Segundo Randolfe, a OAB já dialogou com o governo e há entendimento de que o limite é a proposta da Ordem, que prevê alívio de juros e multa para pagamentos em até 90 dias

O líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) admitiu que o Executivo aceita um acordo com a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) alterando a medida provisória que muda a sistemática das decisões do Conselho de Administração de Recursos Fiscais (Carf), o tribunal administrativo da Receita Federal.]

Pelo acordo, costurado desde a semana passada, a União mantém a proposta que dá vitória para o Fisco em caso de empate nos julgamentos, mas prevê desconto de juros e multas quando o contribuinte pagar as causas decididas desta maneira em até 90 dias, sem recorrer ao Judiciário, como proposto pela OAB e empresários.

— A OAB já dialogou com o governo e há um entendimento que o limite é a proposta apresentada pela OAB — disse Randolfe após se reunir na noite de terça-feira com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e lideranças da base aliada ao governo Lula.

O senador disse que o sistema atual, com vitória pró-contribuinte, não pode continuar.

— O Carf por si só já é uma anomalia. Na OCDE não existe Carf. Tem uma mediação que é da relação das dívidas, da negociação tributária, das multas, e uma proposta que a OAB chegou a fazer que é razoável. O governo já aceitou essa proposta da OAB, já tem acordo e isso deverá ser construído no relatório.

Por meio do Carf, os contribuintes, sejam empresas ou pessoas físicas, podem recorrer de decisões de cobrança de impostos por parte do Fisco. As turmas de julgamento do tribunal administrativo têm formação paritária, ou seja, são compostas igualmente por representantes dos contribuintes e do governo.

No mês passado, o governo editou uma MP que restabeleceu uma regra que prevê a vitória do Fisco em caso de empate nos julgamentos. Chamada de voto de qualidade, essa norma vigorou até 2020. Naquele ano, o Congresso aprovou que, em caso de empate, a vitória passaria a ser do contribuinte.

Com essa mudança, anunciada no primeiro pacote de medidas de Fernando Haddad à frente da Fazenda, empresários e parlamentares mais liberais protestaram, argumentando que o desempate automático a favor da União poderia ser prejudicial. Assim, integrantes do governo e do Congresso passaram a enxergar um risco real de derrubada da MP entre deputados e senadores.

Fonte: O Globo

Galeria de Imagens
Outras Notícias
O embate da taxação do imposto sobre heranças na transferência de participações societárias
IPTU e outros STJ veta repasse de dívidas tributárias do imóvel ao arrematante em leilão
Receita permite atualização de valor de imóvel na declaração do IR
Carf aprova 16 súmulas, mas rejeita texto sobre omissão de receitas no IRPF
Valores de interconexão e roaming não integram base de PIS e Cofins, diz STJ
Carf mantém decisão que afastou tributação sobre taxa de corretagem
Multa por sonegação, fraude ou conluio se limita a 100% da dívida tributária, decide STF
Primeira Seção do STJ define que Stock Option Plan tem caráter mercantil e deve ser tributado na revenda de ações
Com reforma tributária, empresas buscam alternativas ‘monetizar’ créditos de ICMS
STJ. 1ª Seção. Repetitivo. IRPJ/CSLL. Apuração pelo lucro presumido. Base de cálculo. Inclusão do ISS. Cabimento.
STJ. 2ª Turma. PERT. Redução juros/multa/encargos legais. IRPJ/CSLL/PIS/COFINS. Incidência. Impacto positivo no lucro da empresa.
Proprietários poderão atualizar valor do imóvel e pagar imposto menor na venda
STF julgará com repercussão geral contribuição ao Senar sobre exportação
Modulação da tese das contribuições ao Sistema S cria problema concorrencial
Só incide IRPF no 'stock option plan' quando trabalhador revende ações e tem lucro
STJ mantém modulação de tese sobre limite da contribuição ao Sistema S
Empresários são impedidos de viajar para o exterior por dívida trabalhista
Toffoli cassa decisão que reconhecia vínculo empregatício entre Cyrela e corretor
Carf permite tomada de créditos de PIS/Cofins sobre comissão de vendas de consórcio
STF: não há repercussão geral em PIS/Cofins sobre Selic na repetição de indébito
STJ ratifica decisão que manteve Selic para corrigir dívida civil