PGFN alcança R$ 31,7 bilhões em valor arrecadado em 2021 – Nova estratégia

A Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) arrecadou R$ 31,7 bilhões inscritos em dívida ativa, em 2021 – um recorde na história da instituição, que supera em quase 30% o que foi alcançado no ano anterior. Esse valor é o que de fato entrou no caixa do Tesouro Nacional, com efeito direto sobre o resultado primário.

O resultado de recuperação da dívida ativa em 2021 foi superior ao de 2020 em R$ 7,2 bilhões, o que representa um crescimento de 29%. O gráfico a seguir mostra o crescimento da arrecadação nos últimos cinco anos. O valor acumulado nominal nesse período foi de R$ 131,9 bilhões.

Do valor total inscrito em dívida arrecadado em 2021, R$ 6,4 bilhões são resultado de acordos de transação tributária. Essa estratégia de cobrança representou 20% do total arrecadado pela PGFN e explica o crescimento expressivo da arrecadação no ano passado.

A transação na dívida ativa se consolidou, ao longo dos dois últimos anos, como importante política pública voltada à superação da crise econômico-financeira intensificada pela pandemia. Prevista há anos no Código Tributário, a transação tributária foi autorizada pela Lei n. 13.988/2020.

Nova estratégia

O procurador-geral adjunto de Gestão da Dívida Ativa da União e FGTS, Cristiano Neuenschwander Lins De Morais, destaca ainda a mudança na estratégia de cobrança da PGFN, que passou a ser orientada por big data e inteligência artificial. “A metodologia indica de forma massificada a melhor estratégia de cobrança para cada tipo de débito, de acordo com o potencial de recuperação”, explica.

Devido à crise causada pela pandemia de Covid-19, o foco foi no aumento da assistência e na oferta de alternativas para aqueles que estavam em dificuldade. Morais observa que a nova ferramenta se tornou uma alternativa importante para viabilizar o acerto, principalmente “para quem estava com dificuldade, que não teria condições de pagar a dívida por inteiro e que ficaria em uma situação irregular, sem certidão e com seu nome negativado, o que ia dificultar sua atividade econômica e sua vida privada”.

No campo da dívida ativa, foram implementadas opções específicas para diversos setores, abrangendo pequenos negócios, MEIs, agronegócios, eventos e até transações individuais. “Uma série de instrumentos modelados para um formato que realmente viabilizasse a regularização”, salienta o procurador.

Recuperação de créditos

Segundo ele, “as alterações implementadas pelo novo Sistema de Recuperação de Créditos e a consolidação do Regime Diferenciado de Cobrança de Créditos também foram fatores decisivos para alcançar esse resultado”.

A recuperação para o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) atingiu resultado de R$ 418 milhões, até o mês de novembro. São dívidas de empresas com o Fundo, que foram saldadas. A recuperação é feita pela PGFN, mas o destino do recurso é a conta vinculada do trabalhador.

O valor de R$ 31,7 bilhões também superou em aproximadamente R$ 6 bilhões a previsão orçamentária para o exercício de 2021, tomando-se por base os valores levantados por ocasião da revisão das receitas da dívida ativa realizada em agosto de 2021, que levou em consideração a arrecadação realizada no primeiro semestre. O valor total previsto, naquele momento, foi de R$ 25,4 bilhões.

Ajuste fiscal e ambiente de negócios

O procurador destaca que as estratégias adotadas estão solucionando passivos acumulados há anos e beneficiam tanto o governo quanto os contribuintes, sempre em linha com os pilares da atuação do Ministério da Economia, de ajuste fiscal e melhoria do ambiente de negócios. “É um processo de ganha-ganha. Ganha a União, ganha a PGFN – que consegue trazer recursos para o erário e ajuda no fiscal, com a arrecadação – e também ganha o contribuinte, que pode retomar suas atividades”, explica.

Os dados da PGFN mostram que desde o início do programa de transação, em 2019, já foram negociados mais de R$ 200 bilhões em dívidas. “Os resultados mostram que o caminho traçado, com essas estratégias e abordagens, tem tido o resultado esperado, contribuindo para melhorar a arrecadação, melhorar o ambiente de negócios, além de evitar fraudes e concorrência desleal”, avalia Cristiano Morais.

Fonte: PGFN

Galeria de Imagens
Outras Notícias
Proprietários poderão atualizar valor do imóvel e pagar imposto menor na venda
STF julgará com repercussão geral contribuição ao Senar sobre exportação
Modulação da tese das contribuições ao Sistema S cria problema concorrencial
Só incide IRPF no 'stock option plan' quando trabalhador revende ações e tem lucro
STJ mantém modulação de tese sobre limite da contribuição ao Sistema S
Empresários são impedidos de viajar para o exterior por dívida trabalhista
Toffoli cassa decisão que reconhecia vínculo empregatício entre Cyrela e corretor
Carf permite tomada de créditos de PIS/Cofins sobre comissão de vendas de consórcio
STF: não há repercussão geral em PIS/Cofins sobre Selic na repetição de indébito
STJ ratifica decisão que manteve Selic para corrigir dívida civil
STF: não há repercussão geral em PIS/Cofins sobre Selic na repetição de indébito
Senado aprova projeto de transição para fim da desoneração da folha de pagamento
Tributação da partilha desigual dos dividendos como doação
'Compensação cruzada': entenda por que a Receita vai apertar o cerco contra fraudes tributárias
Imposto sobre herança vai mudar? Planos de previdência pagarão ITCMD? Entenda nova regra da Reforma Tributária
Conheça os principais pontos da regulamentação da reforma tributária
Juros remuneratórios e moratórios compõem base de cálculo do PIS/Pasep e da Cofins
É possível distribuir juros sobre capital próprio antes de deduzir prejuízo acumulado
'Split payment': entenda como será a cobrança automática de impostos na Reforma Tributária
Reforma tributária: compra de imóveis e serviços de construção civil terão redução de 40% na alíquota
Apreensão do passaporte do devedor que emigrou do Brasil é medida razoável, decide STJ